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sábado, 1 de novembro de 2008

DIÁRIO DE VIAGEM - ECOMOTION.


COM EXCLUSIVIDADE PARA A FOLHA DE PERNAMBUCO


Manuella Bezerra de Melo



Impreterivelmente, ontem, sexta-feira (31), o diário de bordo do Ecomotion - Campeonato Mundial de Corrida de Aventura - não foi publicado. O motivo? Uma vaca. Isso mesmo. Uma vaca que passeava no meio da estrada que leva Fortaleza a Jericoacoara, no Ceará, atravessou, literalmente, nosso caminho. Foi assim: Na quinta-feira (30), sai do Recife bem feliz em busca das aventuras do evento. Tudo parecia tranqüilo. O vôo saiu no horário, todos foram encontrados a tempo e o comboio com um micro ônibus e três vans cheinhos de jornalistas de todo Brasil saiu em direção a Jeri. Antes de escolher meu transporte lembrei dos conselhos da minha mãe quando ia para as excursões do colegial: "Veja qual deles é o mais seguro e viaje no meio". Foi o que fiz. Escolhi o micro-ônibus. Justamente o que as 18h30, foi atropelado pela vaca no meio da estrada.

A vaca faleceu, tadinha, mas nós, depois de percebermos que estávamos todos inteiros, tivemos que em formas de sair dali. A frente do veículo estava destruída, o óleo vazava, o automóvel não dava partida, o restante do comboio seguiu em frente sem perceber o ocorrido e, para completar, nenhuma - eu disse, nenhuma - operadora de celular funcionava na região. Conclusão: Todos desesperados aguardando a passagem de alguma alma viva para tentar alguma comunicação com a civilização. Quase 20 minutos depois, por sorte, passou uma Pick Up com uma equipe de competidores portugueses, que fizeram a gentileza de, ao chegar à cidadezinha mais próxima, telefonar para a organização do evento, que quase duas horas depois conseguiu nos resgatar. A esta altura, meu diário já tinha ido para o brejo.

Passado o susto, era só encarar mais 2h30 de viagem até Jijoca, embarcar em uma jardineira - espécie de pau-de-arara litorâneo - e enfrentar mais 1h de um quase-rali por entre as dunas e matos do Ceará. Mas tudo virou passado depois da chegada a Jericoacora. Mesmo a noite, já dava para sentir a energia do lugar. A lua linda, uma cidadezinha de areia toda charmosa no meio do nada. Relato constatado pela na manha da sexta-feira (31), quando o sol assinou embaixo de tudo que eu já tinha enxergado. Mas trabalho é trabalho, e ontem foi dia de checagem de equipamento, almoço de confraternização dos atletas, cerimônia de abertura e apenas uma fugidinha para um mergulho naquele mar azul só para tirar a zica. Ufa. Hoje pela manha seguimos para Parnaíba, no Piauí, aonde a organização revela aonde será a largada da corrida, que só acontece neste domingo. Até lá, então.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

De Recife para Jeri. De Jeri para o Mundo.


De Recife para Jeri. De Jeri para o Mundo.



Nesta quinta-feira embarco pra Fortaleza, CE. De lá sigo até Jericoacoara. Meu primeiro destino ao longo dos próximos oito dias. Já tem um tempo que fui avisada que cobriria o Ecomotion - Campeonato Mundial de Corrida de Aventura. Esta competição é uma loucura. Um monte de malucos percorrem quase 600 km de Jeri - super íntima - até os Lencóis Maranhenses no meio do mato. Vão uma parte a pé, outra nadando, de bicicleta, de barco. E eu, mais louca ainda, vou seguindo tudo que acontece no meio do caminho.


Pois é, mesmo avisada, deixei tudo pra última hora. A semana da viagem foi um verdadeiro inferno. Vovó piorou, a babá faltou, a casa estava imunda, tive que arrumar uma mochila, fazer mala, comprar coisas pra viajar, lavar calcinhas, resolver coisas de dinheiro, pagar contas, transferir Pedro pra casa da minha mãe, administrar a crises familiares e, o pior, manter a bedita dieta que me atormenta já tem um mês, mas que já me fez perder três quilos - o que vai me ajudar bastante na hora da competição.



De qualquer forma, a animação é grande. Adoro viajar. Sempre quis conhecer Jeri e os Lençóis. Não sabia que seria nesta situação, trabalhando, ocupada e em uma corrida de aventura. Mas tá valendo GERAL.



A parte ruim é viajar lisa, sem nem um realzinho para comprar aquele brinco lindinho em Jeri, e a saudade. Não adianta disfarçar nem dar uma de super independente. Passo mal de saudade do meu filhote e do meu marido. Tanto que na última viagem (de apenas três dias, diga-se de passagem) fui para o Piauí cobrir o Brasileiro de Kite e quase morri. Mas aí é que está o teste de resistência. Desta vez são oito dias com saudades, mosquitos, e dieta. Vamos que vamos. Vejo vocês em Jeri!



URGENTE: Acompanhem a trajetória da competição na Folha de Pernambuco. Até o dia 08/11 terão matérias sobre a competição e um diário de bordo contando as aventuras desta repórter pelo interior do nordestino.


Qualquer coisa, www.folhape.com.br

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

FOLHA DE PERNAMBUCO - 22/ 09/ 2008

O pôr do sol na hora da despedida
Terminou ontem, na praia do Coqueiro, no Piauí, o Brasileiro de Kitesurfe

Manuella Bezerra de Melo
Enviada especial

LUÍS CORREIA - Depois de quatro dias de disputas, terminou, na tarde de ontem, o Brasil Kite Tour. A competição foi válida pela primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Kitesurfe e, com o pôr do sol vermelho da paradisíaca praia do Coqueiro como plano de fundo, os melhores da modalidade foram premiados, consagrados campeões e classificados para disputar a etapa do Mundial, que inicia na próxima semana, também no Piauí.

Durante toda a competição, os atletas participaram de páreos que ficaram para a história. Mas nenhum deles comparado com o da categoria free style. O carioca Reno Romeu foi impecável e conquistou a primeira colocação da classe. “Essa etapa foi super puxada e, por conta disso, conseguir este título foi importante para eu entrar no Mundial na chave principal e com mais confiança no meu desempenho. Sem contar na liderança do ranking nacional”, falou Romeu.

A vitória dele não foi, assim, tão fácil. Ainda na sexta-feira foram decididos os quatro primeiros colocados e Romeu conquistou a liderança. Sendo que, no sábado, Hélio Cabrinha, atleta do Piauí, derrubou sete velejadores na repescagem e foi para a etapa de desafios contra o líder Reno Romeu, ficando com a segunda colocação. Além de Romeu e Cabrinha, também conquistaram vagas no Mundial o potiguar Sílvio Vilarim, com a terceira colocação, e o cearense Kleber Pinheiro, o Pepe, quarto colocado. No free style feminino, a paulista Bruna Kajiya conquistou, com facilidade e pela segunda vez, o lugar mais alto no pódio e, a partir da próxima semana, entra pesado em busca pelo título mundial.

Na categoria regata, nada de previsões concretizadas. O baiano Carlos Bodete ganhou as duas primeiras provas com facilidade e precisava apenas vencer a seguinte para assegurar o primeiro lugar. Mas na terceira e quarta regatas, quem levou a melhor foi o velejador Pedro Carvalho, que, no desempate, venceu e conquistou o título da disputa.

Apenas o wave já estava definido desde a última sexta-feira. No masculino, o pernambucano João Henrique ficou com a terceira colocação, superado, apenas, pelos baianos Roberto Vieira, segundo lugar, e Caique Aquino, vencedor da classe. No feminino, vitória da carioca Carol Freitas, seguida das paraibanas Carol Homsi e Nayara Licarião, respectivamente.

Belezas do local foram um atrativo a mais

O Delta do Parnaíba encanta a quem o conhece


LUÍS CORREIA - O cheiro bom de maresia, aquele monte de pipinhas coloridas enfeitando a paisagem e, como a moçada do kitesurfe costuma falar, o visual alucinante, foram alguns dos fatores que fizeram tantos dias de Campeonato Brasileiro de Kitesurfe passarem até bem rápido. Mas não foi só isso. O lugar foi escolhido a dedo. E não apenas pelos excelentes ventos, fundamentais para o sucesso da competição, mas também pelo que o Delta do Parnaíba pode proporcionar para quem visita a região e, principalmente, para quem busca esportes de aventura.


De Teresina, capital do Piauí, são seis horas de viagem. Para chegar lá, ou se pega um ônibus na rodoviária, cuja passagem custa, em média, R$ 50, ou vai de carro. De qualquer forma, o roteiro é longo e cansativo. Mas nada que você não esqueça completamente quando se deparar pela primeira vez com o pôr do sol vermelho fogo da praia do Coqueiro, onde foi realizada a competição e os ventos podem chegar a até 40 nós.

O Delta é muito grande. É impossível conhecer muitas coisas em apenas um fim de semana. Mas alguns trechos são rotas indispensáveis para quem procura adrenalina. A Ilha dos Poldos é um deles. Chegar lá é bem difícil. Só aventureiros de carteirinha topam. A melhor dica é pegar uma lancha na Ilha Grande de Santa Isabel e dividir com algumas pessoas. São 30 quilômetros de extensão pelo rio Parnaíba. Quase duas horas de viagem.


A graça é que, chegando lá, é possível desfrutar de quilômetros de dunas completamente desertas e, atravessando alguns minutos de areia, um marzão azul enorme sem uma viva alma na praia, com ventos ideais para a prática de qualquer modalidade de velejo. “Os atletas que vêm aqui ficam loucos. Dá para velejar no rio, atravessar as dunas de wakeboard e, em seguida, velejar novamente no mar com direito a ventos perfeitos”, falou o diretor de uma empresa de ecoturismo da região, Joaquim Vidal, o Joca.


Somente sete quilômetros dalí fica a Pedra do Sal. São cerca de dez quilômetros de extensão e duas praias juntinhas, mas bem diferentes. A primeira, Cuecão, tem um ar mais bucólico e um clima de descanso e romantismo. O lugar tem várias pedras nas laterais, onde o visual fica ainda mais incrível. Quando a maré está seca formam croas onde é possível caminhar. Já a Brava é procurada por surfistas do Brasil inteiro. As ondas podem chegar a cinco metros no período de Swel, perfeito para a prática da modalidade. É cair no mundo e conferir.


Ventos também favoráveis para o amor

LUÍS CORREIA - Uma coisa é constatada. Praticar esportes radicais e namorar são duas situações diretamente proporcionais. O ambiente, normalmente bem dotado de beleza natural, costuma inspirar paixões. E a natureza unida a um monte de gente bonita, saudável e, portanto, sarada, só favorece ainda mais o clima de romantismo, que se mostrou publicamente neste Brasil Kite Tour, competição nacional de kitesurfe, que foi realizada no Delta do Parnaíba, no Piauí.


A prova disto esteve por todos os lados. Nesta edição do evento, os dois campeões brasileiros da categoria free style, Reno Romeu, no masculino, e Bruna Kajiya, no feminino, contaram, sim, com a colaboração dos ventos somados ao visível e indiscutível talento para a modalidade. Mas para os dois líderes nacionais, outra ajuda bem especial foi fundamental para conquistar a vitória.
Em todas as provas que Romeu competia, uma torcedora se destacava entre as outras na areia. Marcela Witt, também velejadora de kitesurfe, estreou este ano no circuito nacional. Ainda adquirindo experiência, ela dá força para o namorado, ajuda na organização do equipamento, corre para buscar a prancha entre as baterias, comemora o desempenho com direito a beijos apaixonados e, lógico, escuta atentamente as dicas do companheiro veterano no esporte. “A gente dá força um para o outro. Ele me incentiva e me apóia e eu faço isso também”, falou Marcela. Reno acredita que, sem dúvida, a presença dela ajuda muito no equilíbrio emocional para encarar as competições. “No Circuito Mundial, eu fico muito entediado, sozinho. Com ela aqui as coisas parecem correr com mais facilidade”, finalizou o campeão.


A campeã do free style feminino, Bruna Kajiya, concorda com o casal. A atleta namora o velejador espanhol Ceser Portas desde o Circuito Mundial do ano passado, na etapa da Itália. “Acho incrível porque a gente divide tudo. Além do carinho e da força, a gente ainda treina um ao outro, dá dicas de como melhorar. Acaba que, com ele, o astral das competições é outro”, revelou.

Pernambucanos estão morando em Fortaleza


LUÍS CORREIA - Que Pernambuco se deu bem nesta primeira etapa do Brasil Kite Tour, no Piauí, a Folha de Pernambuco já havia noticiado na última sexta-feira. O velejador João Henrique garantiu o pódio com a terceira colocação na categoria wave, enquanto Gustavo Foerster conseguiu a terceira posição no ranking nacional na mesma classe. E as chances de vitória são grandes até o final do tour nacional. Mas a pergunta é: Por onde andam estes atletas que têm carregado o nome do Estado pelo País?

Já tem dois anos que os pernambucanos deixaram a terra do frevo para viver do esporte no Ceará. Crias dos ventos de Maracaípe, no litoral sul do Estado, além de deixar a terra natal em busca das boas condições que Fortaleza tem para o kite, considerados as melhores do País, ambos trabalham, junto com quase 12 pessoas, em um projeto de produção de mídia chamado KiteSurf Mania.

A proposta é baseada na criação de um espaço de divulgação da modalidade através de revista e site, que leva ao ar notícias em primeira mão sobre o que acontece nos campeonatos de todo o País, além de serviços como cursos online, reportagens em formato de revista virtual, cartoons e fóruns de debate. “Abraçamos a modalidade e, principalmente, estamos focados no seu crescimento”, falou Foerster.

Para eles, a partir do momento que decidiram viver do esporte, foi necessário procurar um lugar que desse as condições. Se sentem saudades da terrinha? “Muita. Mas a gente sempre dá um jeitinho de fazer uma visita”, revelaram, em sintonia.

Pedreiro de apenas 18 anos tornou-se vice-campeão

LUÍS CORREIA - Kitesurfe não é, exatamente, um esporte barato. Um equipamento completo, mesmo que seja de segunda mão, é comercializado em média por R$ 1,5 mil. Um material novo contendo barra, pipa, bolsa, bomba, prancha e trapézio pode custar até R$ 2,5 mil.
Mas para quem ama o esporte, nem sempre a questão financeira é uma barreira. Piauiense de Barra Grande, Hélio Cabrinha é pedreiro e a única fonte de renda da família, composta pela mãe e três irmãos mais novos. O garoto, de apenas 18 anos, que só estudou até a quinta série, acaba de conquistar o título de vice-campeão brasileiro da modalidade e o direito de representar o Brasil no Campeonato Mundial de Kitesurfe, na próxima semana, também na praia do Coqueiro, no Piauí. E disputando a final contra um dos maiores nomes do esporte mundial, Reno Romeu.

Este é o primeiro esporte que ele praticou na vida. Há dois anos, o dono da pousada onde ele é pedreiro comprou um equipamento de kite para brincar no mar. E foi assim, ajudando a buscar a prancha que ele começou a aprender a modalidade e, com incentivo financeiro e de equipamento do patrão, inscreveu-se no Brasileiro do ano passado, quando ficou em 12º. “Eu me apaixonei pelo kite. Comecei a andar bem. Até hoje minha mãe fica com medo e nem olha para o mar quando eu estou. Mas meu grande sonho é conseguir uma boa colocação no Mundial”.

terça-feira, 1 de julho de 2008



30/06/2008

Turismo GLBT: Pernambuco ainda está atrasadoFalta investimento para mercado formado por 9,4 milhões de pessoas no País


ANA CRISTINA: “O turismo GLBT está apenas engatinhando por aqui”

Manuella Bezerra de Melo



Em todo o mundo, o Turismo GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) tem se tornado uma potência do trade turístico. O Brasil já ingressou nessa tendência, porém Pernambuco não conseguiu sequer dar o primeiro passo e tem perdido uma fatia do mercado conhecida por ser consumista e exigente. Em todo o País, são 9,4 milhões de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros economicamente ativos, que somam US$ 100 milhões em poder de consumo. Mesmo com essas cifras, apenas três hotéis e duas agências de viagens são destinadas a este público no Estado e nem a iniciativa pública nem a privada explora este potencial.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento de Marketing e Comunicação da Universidade Paulista (Unip), desses 9,4 milhões de GLBTs economicamente ativos, 70% viaja quatro vezes por ano e 30%, entre quatro e seis vezes. Para o presidente da Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), Franco Reinaudo, este alto consumo no setor de lazer é oriundo das prioridades deste público. “Enquanto os heterossexuais têm gastos exorbitantes com filhos, o turista GLBT destina sua renda à cultura e ao lazer, o que os faz viajar 30% a mais do que os heterossexuais”.
Por ironia, o Recife está entre os seis destinos mais procurados pelo público GLBT. Ao lado do Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Salvador e Ceará, a capital pernambucana está no topo da lista de preferência de viagens para esse tipo de turista. Mas ainda falta muito para o Recife se tornar um gay friendly. “O turismo GLBT está apenas engatinhando por aqui. É preciso fazer um trabalho de base que mostre aos empresários o potencial deste mercado e o quanto se pode ganhar dinheiro com isto”, disse a coordenadora do Projeto de Sensibilização Turística da Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, Ana Cristina Moraes, que objetiva preparar mão-de-obra para atendimento de públicos especializados.
Em Pernambuco, poucos estabelecimentos são voltados especificamente para esta parcela que procura o turismo gay. Além disso, não existem pesquisas ou programas públicos ou privados que dêem indicativos ou números do quanto este mercado mundialmente milionário movimenta no Estado. “Quando a sociedade despertar para a diversidade, vai perceber como este público tem perfil econômico diferenciado e o quanto ele está disposto a gastar”, completou.





30/06/2008

Parada Gay é principal destinoEvento, realizado em São Paulo, atrai público diverso de todo o País




Festa é a segunda maior arrecadação da capital paulista

Manuella Bezerra de Melo
Sem dúvidas, o principal destino gay friendly do Brasil - e até do mundo - é a Parada Gay de São Paulo. O evento está na vice-liderança da arrecadação do município paulista com turistas. Para este ano, a arrecadação estimada ficou em cerca de R$ 189 milhões, atrás da Fórmula 1 (R$ 200 milhões), mas ultrapassando a Virada Cultural (R$ 90 milhões) e o Carnaval (R$ 30 milhões).
Não é para menos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (SPTuris), os visitantes deixam, em média, R$ 1,2 mil na cidade, passando entre quatro e cinco dias no local. Este ano, a 12ª edição da parada do Orgulho Gay, Lésbico, Bissexual e Transgênero aconteceu no último dia 25 de maio e reuniu cerca de 3 milhões de participantes, sendo 327 mil turistas na cidade. No total, 22 trios elétricos arrastaram uma multidão pela Avenida Paulista.
O funcionário público Rildo Veras tem sido freqüentador assíduo das paradas GLBTs. Em 2006 e 2007 ele foi para o evento realizado em São Paulo. No ano passado, chegou a gastar R$ 1,5 mil, mesmo tendo conseguido a passagem aérea em promoção. Mas o custo não importa para ele. “Bem que gostaria de ter ido este ano, mas tive um compromisso no dia. Meus amigos foram e eu fiquei aqui, morrendo de inveja, lógico”, disse. “Se tudo der certo, para compensar, em setembro vou conhecer a do Rio de Janeiro, que dizem que é muito boa”.
Nenhuma organização pernambucana promoveu caravanas para a parada deste ano. Apenas alguns grupos isolados foram prestigiar o evento por conta própria. A 7ª edição da Parada da Diversidade de Pernambuco está marcada para setembro. No ano passado, o evento reuniu cerca de 50 mil pessoas na avenida Boa Viagem.


6/30/2008

Recife procura parcerias para setor

De acordo com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), apenas a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) procurou a entidade em todo o Estado. Esta iniciativa gerou uma reunião entre a coordenadora do Projeto de Sensibilização Turística da Secretaria de Turismo da PCR, Ana Cristina Moraes, e a direção executiva da entidade no último dia 22 de maio, em São Paulo. A reunião tratou de parcerias para o Turismo GLBT local, mas ainda não existe nada formalizado. “Vamos pleitear apoio para transformarmos o Recife em um destino reconhecidamente gay friendly. Para isso, vamos juntos preparar a cadeia produtiva do turismo local”, disse Ana Cristina.
Já em nível nacional, a leitura do tema tem avançado. O Ministério do Turismo percebeu o potencial deste mercado e iniciou algumas ações que podem contribuir para o crescimento do Brasil como destino e exportador do Turismo GLBT. São atividades como promoção do Brasil como destino gay friendly no mercado global, fomento do turismo GLBT como forma de incrementar a receita econômica e a inclusão social - principalmente nos seis principais destinos procurados, que inclui o Recife - e participação em eventos e feiras internacionais no segmento, além de captação de eventos internacionais para o Brasil.
Mas, sem dúvida, um destaque considerado pioneiro é o hot site Loveland (
www.theloveland.net), que entrou no ar pela primeira vez em 2007. A ferramenta foi elaborada pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), com o auxílio da Agência Click e parceria da Abrat-GLS e da Associação da Parada de Orgulho GLBT de São Paulo (ApoGLBT). Nele, é possível encontrar informações turísticas, programação cultural, pacotes, ringtones e download para fotos. O objetivo é informar o turista estrangeiro que vem ao Brasil para a Parada do Orgulho Gay de São Paulo - hoje considerada a maior do mundo, com mais de 2 milhões de participantes -, além de incentivar outros destinos gay friendly no Brasil.

30/06/2008

Estado tem paradas obrigatórias


PRAIA de Gaibu é conhecida pela grande freqüência do público GLBT

Apesar de ainda não ser considerado um destino gay friendly, alguns detalhes fazem de Pernambuco um dos destinos mais procurados para turismo GLBT. As belezas naturais paradisíacas e os pontos culturais atraem turistas do mundo inteiro, inclusive gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. E o roteiro do turismo GLBT em Pernambuco exige paradas obrigatórias.
As praias de Gaibu e Calhetas, há 30 minutos do Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, é um destes destinos. O lugar, considerado um paraíso dentro da Região Metropolitana do Recife, é conhecido pela freqüência assídua do público GLBT. Segundo o editor da revista Guia GLS do Recife, Josuel Barbosa, a praia já tem tradição de freqüência homossexual. “Muito antes de estourar o Turismo GLBT no Brasil, Calhetas e Gaibu já tinham um movimento natural de ponto de encontro”, disse ele.
Quem gosta de balada forte não deixa de passar na Metrópole. A boate é considerada a maior do gênero no Estado e costuma trazer artistas importantes, geralmente ligadas à musica eletrônica. “Temos outras casas noturnas GLBT mas, sem dúvidas, a Metrópole é a maior e mais estruturada”, relatou Barbosa.
Outro ponto conhecido é a Galeria Joana D’arc, no bairro do Pina. O local tem desde restaurantes até lojas de roupas, e ficou tão conhecido na cidade pela freqüência do público gay, que acabou virando referência. Hoje, o local recebe todo tipo de público, que se rendeu ao ambiente. “A galeria têm perdido a essência exclusivamente gay. Hoje, vão gays, mas também vão casais heterossexuais, inclusive com suas famílias. Mas é necessário dizer que foram os GLBTs quem fizeram aquela casa crescer”, finalizou Josuel Barbosa. Além disso, o público GLBT conta ainda com cinco cinemas e três saunas, sendo todos estes estabelecimentos no Bairro da Boa Vista, considerados reduto GLBT.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

PE no Mundo fará divulgação com eventos temáticos

Manuella Bezerra de Melo

No próximo dia 30, o projeto “PE no Mundo - Pernambuco tem muito mais” será lançado na capital carioca. O objetivo é divulgar os atrativos do Estado para todo o País, reproduzindo as produções locais mais tradicionais. Por ano, em torno de quatro municípios receberão o evento, que terá investimento de R$ 250 mil por edição.

O projeto é uma realização do Instituto Origami, em parceria com a Secretaria de Turismo do Estado (Setur), Raio Lazer Produções e Aliança Comunicação. De acordo com Hebron Oliveira, presidente do Instituto Origami, o projeto pretende não só divulgar a cultura da região como incentivar diretamente na escolha do turista. “Queremos colaborar com o crescimento de Pernambuco e esta foi a melhor forma que encontramos”, disse.

A estréia do PE no Mundo vai transformar a Fundição Progresso, no bairro da Lapa, no Rio, em um grande arraial pernambucano. Os realizadores do evento escolheram a proximidade dos festejos juninos para montar uma cidade cenográfica que reproduz o São João de Caruaru e receber o show do cantor Alceu Valença e do forrozeiro Dominguinhos.

A estrutura do local terá direito à exposição para divulgar setores estratégicos da economia pernambucana, por meio de tendas montadas com temáticas variadas, como Praia, Interior, Cozinha, Artes, Carnaval e Desenvolvimento - com foco no potencial industrial de Pernambuco e objetivando despertar o interesse de novos investimentos e do turismo de negócios.

Em outubro, é a vez de São Paulo receber a segunda edição do evento. “É possível que, no próximo ano, levemos o projeto para Portugal, onde é comum encontrar turistas interessados em Pernambuco. Ainda não confirmamos, mas esperamos que dê certo “, finalizou Hebron Oliveira.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Comércio justo movimenta R$ 8 bi

Nos últimos quatro anos, foram criados quase oito mil projetos solidários

Manuella Bezerra de Melo e agências

De 2003 a 2007, foram criados quase oito mil Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) no Brasil, conforme os novos dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES), coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Até 2007 foram cadastrados 21.859 Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), onde participam 1.687.496 pessoas, sendo 62,6% homens e 37,4% mulheres.
O SIES revela também que o valor médio mensal dos serviços e produtos do total dos empreendimentos chega a R$ 653 milhões de reais, ou seja, são quase R$ 8 bilhões gerados por ano na Economia Solidária. Deve-se considerar que esse potencial de geração de riqueza e de melhoria de renda para os associados poderá ser ampliado com as políticas públicas de Economia Solidária que estão sendo implementadas.
Nesses quatro anos envolvidos no levantamento, uma média de 1,5 mil novos empreendimentos foram criados a cada ano. Para se ter uma idéia desse crescimento, na década de 1990, a média de criação de novos EES era de 855 por ano, segundo informações da agência de notícias do Ministério do Trabalho e Emprego.
Sendo comemorado hoje o dia do Comércio Justo, o Nordeste se destaca, pois abriga o maior número de EES, obtendo 43,5% do total dos registros. Só em Pernambuco, 1.524 novos empreendimentos foram criados, chegando até a 88 mil cidadãos beneficiados, sendo 38.525 mulheres e 50.367 homens. Em segundo lugar está o Sudeste, com 17,9%, seguida pela região Sul com 16,4%. As regiões Norte e Centro-Oeste representam 12,2% e 10,1%, respectivamente.
A Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) iniciou o mapeamento da Economia Solidária em 2005, com o cadastro de 14.954 EES, em 2.274 municípios. Em 2007, foram mapeados mais 6.905 EES, superando a meta inicial que era de mapear cinco mil novos empreendimentos. Até o momento, foram mapeados 52% dos municípios brasileiros.



Shopping promove empreendimentos

Até o próximo domingo, está sendo realizada a III FECOMSOL (Feira de Comércio Solidário), que reúne dezenas de grupos produtivos, como artesãos e pequenos empreendedores rurais e urbanos para mostrar de suas produções. O evento está sendo realizado no Paço Alfândega, no Recife Antigo, e funciona no mesmo horário do estabelecimento.
Além de divulgar o conceito de economia solidária - entendida como estratégia para enfrentar a exclusão social e a precarização do trabalho - a terceira edição da feira objetiva realizar uma exposição que possa criar um espaço favorável à comercialização de mercadorias confeccionadas por pessoas que se encontram vulneráveis ao mercado convencional.
Produtos em cerâmica, ferro, palha, material reciclado - todos vindos de projetos ligados à capacitação de mão-de-obra sustentável para populações excluídas de economias tradicionais, como indígenas, detentos, jovens em situação de risco - são confeccionados, vendidos e o lucro repassado para o produtor em forma de renda solidária. O evento é uma iniciativa da organização não governamental Aquatro - Agência de Qualificação e Trabalho - em parceria com a Ferreira Costa e o Paço Alfândega.
Segundo a Coordenadora de Comércio Solidário da Aquatro, Verônica Ribeiro, este tipo de atividade econômica tem papel fundamental para inclusão social através da capacitação. “Incentivar a economia solidária significa trabalhar a auto-estima destes produtores que, em sua maioria, não têm nem acesso aos serviços de créditos para investirem em seus negócios”.
É o caso da voluntária da Organização Não-Governamental Dignidart, Ana Maria de Freitas. A ONG trabalha com reeducandas em regime semi-aberto da Colônia Penal Feminina Bom Pastor. “A maior parte delas continua sendo provedora da sua família e poder contribuir com o orçamento significa muito para elas”, comentou. No total, 20 grupos participam da feira e 420 pessoas se beneficiam do projeto. Além da Dignidart, participam o Projeto Amba, a Tapeçaria Timbi, Casa Pró-Cidadania, Escola Livre de Olinda, Grupo Ética, Rede Solidária e Assossiape.



Segmento precisa de mais apoio

Apesar de já movimentar quase R$ 8 bilhões por ano, o Governo Federal tem liberado uma verba de R$ 40 mil para o apoio de novos grupos voltados para o comércio solidário. “Tudo faz parte de um processo de construção. Aos poucos, temos conseguido expandir a idéia e conquistar espaços”, relatou a gerente de Políticas Públicas da Superintendência Regional do Trabalho e representante da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) em Pernambuco, Vera Jatobá.
Segundo Vera, há um planejamento de criar um conselho institucional e deliberativo ligado ao Governo de Pernambuco. “O governador Eduardo Campos já nos demonstrou uma pré-disposição à idéia. Agora vamos aguardar os trâmites burocráticos”, finalizou. Entre as iniciativas locais, a Usina Catende, a 142 km do Recife, é considerada o maior empreendimento solidário do País. Ainda no mês de março deste ano, Catende teve a melhor safra dos últimos 18 anos e alcançou a produção de 1 milhão de sacas de açúcar.



FONTE : www.folhape.com.br

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A descoberta da Economia Solidária

Depois de um primeiro dia de trabalho TRAGICO na Folha de Pernambuco, da revolta tecnológica, da enrolação com tantos concursos, da falta de sentido em porcentagens, kilowats e afins, o segundo dia não é considerado uma maravilha, mas a vontade de morrer, posso dizer que foi embora.


Ontem quando cheguei à redação recebi uma pautinha sobre a FECOMSOL, uma feira de comércio solidário que está acontecendo no Paço Alfândega. Até então, o que eu sabia sobre o assunto era muito limitado, mas a editora queria de mim uma matéria mais abrangente sobre economia solidária, o que gerou uma pesquisa da minha parte.



Na feira, produtos artesanais e manufaturados confeccionados por grupos considerados vuneráveis à flutuação do mercado. Resumindo, gente fudida, excluída da sociedade, que produz coisas lindas, mas não tem o mínimo incentivo nem comercial, nem de crédito para conseguir gerar renda daquele babado.



Conclusão. Eis que fui lá eu fazer a matéria e acabei me encantando sobre o assunto. E tinha como não acontecer? Grupos ligados a iniciciação profissional de jovens em situação de risco, trabalhos pedagógicos com crianças carentes, mulheres provedoras da renda do lar.




Mas o que mais me encantou – não pelo que é produzido em si – mas pelo objetivo do trabalho, foi a ong DIGNIDART. Um projeto que incentiva a produção de manufaturados por mulheres do regime semi-aberto da colônia penal do Bom Pastor. Conversando com dona Ana, ela foi me dizendo que a maioria das mulheres do projeto estão em processo de ressocialização. Eis que fiquei eu penando: Tu fez uma cagada, caiu pra cadeia, mas tu tens filho, marido, mãe, tudo continua lá fora. Essa é a forma encontrada pra que a mulher se sinta novamente um ser humano, recuperar a dignidade e o melhor, gerar renda para ajudar a família que esta lá fora passando por dificuldades.



Pra melhorar, na pesquisa, acabei descobrindo que a economia solidária é inspirada em cooperativas revolucionárias defendidas pelos marxistas utópicos.



Conhecendo – bem pouquinho ainda – o chamado ‘Comercio Justo, percebi que há diversas formas de driblar as mazelas da sociedade. Claro que é necessário incentivo e apoio de organizações sérias. Mas, por exemplo, iniciativas como estas podem mexer no imaginário de pessoas como eu, que fui para lá por acaso trabalhar e vi tanta coisa incrível que aguçou o meu consumismo de mulher loira capitalista. Se não fosse tão lisa eu tinha levado o prensente de aniversário e dia das mães de Dona Zeza, comprado 6 sandálias para mim e vários presentes pra o filho e o maridão.



Levando em consideração que a feira é no Shopping Paço Alfândega – considerado de classe A – só posso crer que diversas dondocas freqüentadoras do local também vão ter esse sentimento, vão liberar o cartão de crédito geral e, no lugar de enriquecer a Channel, que já ta com a rabichola transbordando de real, vão mesmo sem querer colaborar para a volta da auto-estima de crianças, jovens, homens e mulheres.

A matéria completa veja na edição deste DOMINGO (11) da Folha de Pernambuco.


HOJE : O gás Subiu 11%. Veja em www.folhape.com.br

domingo, 4 de maio de 2008

Recife reúne mais de 1mil para Marcha da Maconha

Tenho que confessar. Desde quando eu era uma super-militante-fervorosa-das-causas-sociais-e-progressistas-da-humanidade (Assim mesmo, com muitos hífens), em mil oitocentos e bolinhas, eu já tinha um pouco de abuso de passeata. A pessoa fica suada, a maquiagem derrete, o pé dói, um inferno. Mas é lógico, a causa é justa e, portanto, merecedora de minha presença.



No caso de hoje, a Marcha da Maconha – estruturalmente falando – me fez reviver um pouco alguns momentos. Exceto o fato de que eu sempre dava um jeito de acompanhar a manifestação de cima do carro de som, a visão era basicamente parecida. Estudantes, jornalistas, músicos, atuantes de diversos movimentos sociais, muita gente com cara de quem não gosta muito de banho, além de alguns curiosos e da polícia de olhão aberto para o ocorrido.



Eu lá, trabalhando bem feliz, pude reconhecer inúmeros rostos conhecidos. Colegas de trabalho, de faculdade, de farra na época de solteira. Gente que hoje está ocupando lugares na sociedade, seja em empresas privadas ou órgãos públicos. Gente que estava ali para defender a Legalização da Maconha – Ato de muita coragem para uma sociedade de tantos tabus e preconceitos.
A Marcha da Maconha foi criada em 1999, em Nova Iorque. Desde então, um movimento disposto a discutir o assunto tem se organizado nos principais estados do País.



Este ano, a marcha foi organizada em doze estados da federação, sendo que até a concentração do ato, sabia-se apenas que todas haviam sido suspensas por liminares de Ministérios Públicos Estaduais e duas delas estavam na eminência de suspensão. O fato é que Pernambuco foi o único estado onde nem Mistério Público, nem governos estaduais e municipais, nem Polícia Federal, nem igreja, simplesmente NINGUÉM meteu o bedelho no babado.



Pode ser por motivos óbvios para o Advogado Criminalista e apoiador da marcha, Joel Câmara. “Pernambuco é um estado com tradição nas lutas libertárias. Não é possível que, vivendo num estado democrático, tivéssemos que passar por repressões contra a liberdade de expressão em pleno século XXI”, disse.



Ou pode ser pelos motivos relatados pelo Cabo Algoz, chefe da operação de segurança da Polícia Militar, mas que declarou enquanto cidadão. “O Estado gasta milhões de orçamento para repressão ao narcotráfico e permite uma esculhambação destas. Nosso trabalho fica desmoralizado”.



As reais causas da total abstenção do poder público em relação à marcha - Que, bem ou mal, defendia a legalização de um produto que, pela legislação brasileira, é considerado entorpecente, portanto, ilícito – não se sabe. Mas, de maneira organizada, apenas quem era a favor se manifestou.



Marcílio Cavalcanti, Fundador do Se Liga – Associação dos Usuários de Álcool e Outras Drogas do Estado de Pernambuco, entidade relacionada à atuação na área de redução de danos – disse que uma comissão de controle foi criada pela organização para ficar de olho nos participantes mais desinformados. “A maconha ainda é contra a lei e estamos, desde o início, deixando todos informados que não se pode acender cigarros no percurso”.



Dos muitos argumentos, ouvi inclusive que o próprio tráfico era contra a legalização. Faz sentido, levando em consideração que isso iria interferir para a regularização da comercialização. Mas as entidades fizeram questão de colocar em pauta assuntos como impostos, uso medicinal, utilização da fibra da canabis sativa na indústria têxtil, além de uma discursão ainda mais recente: a utilização da semente como bio combustível e óleo vegetal.



Com tanto assunto para se debater, no mínimo dos mínimos, a marcha serviu para iniciar a discursão. Se vai proibir, se vai liberal, se vai acentuar a descriminalização – já em vigência, isso é só o tempo e a construção das idéias quem vai dizer.



A concentração da Marcha iniciou às 14h, na Rua do Apolo – Recife Antigo. Os participantes só saíram em passeata às 16h carregando faixas. Cerca de 220 atos foram organizados mundialmente em centenas de cidades. No Recife, mais de 1mil pessoas marcaram presença e nenhuma ocorrência foi registrada. Em Curitiba, seis pessoas foram detidas. Em Salvador foram oito prisões.
Decidi não falar aqui de títulos, currículos, experiência ou qualquer destas leseiras. Eu sou jornalista, acredite e queira ou não a sua pessoa. E jornalista não é só um escrevedor de Lead. "Não sei o que aconteceu ontem não sei de que jeito e foi realizado por não sei quem" qualquer macaco bem treinado pode fazer.
Sempre quis escrever artigos. Como trabalhar em um veículo de comunicação e ter liberdade para exercer a criatividade são coisas inversamente proporcionais, tomei a iniciativa de apanhar para fazer este blog.

Já o tatu, escolhi porque recentemente descobri que é um animal de hábitos bem femininos.

"Solitário, costuma escavar túneis para se esconder e reutilizar suas tocas. Possui hábitos diurnos e crepusculares, e ocasionalmente tem atividade durante a noite. Alimenta-se de uma ampla variedade de itens, incluindo muito material vegetal como raízes e frutos, e também insetos como formigas, pequenos vertebrados e, em algumas ocasiões, até carniça. Tem a visão relativamente pouco desenvolvida, mas possui um bom olfato que é utilizado para procurar seu alimento.O tatu-peba pode morder para se defender"

Como estes hábitos circundam minha realidade, é impossível não oferecer este olhar nos meus textos. Se é que você me entende!

No mais, não mais.