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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Suspiro quente


Eu sou somente vento
Desde que te vi
Depois de tanto tempo
Eu me permiti

Acreditei de novo
No pulsar do fogo
Achei que era paixão
Vespas no coração

Gostei do teu sorriso
Quando me olhava
E da cumplicidade
Que esse olhar passava

Gostei da tua barba
Brilhando no dia
E da simplicidade
Que ela transmitia

E nesse mesmo tanto
Que eu sentia o vento
Também crescia chama
Tão grande por dentro

Mistura de leveza
E lindeza pura
Com uma vontade torta
Da tua pele crua

Enquanto eu te ouvia
E via quem tu és
Por embaixo da mesa
Te namorava os pés

Mas na minha cabeça
Nunca passaria
Que era outra mulher
A quem tu amarias

Tudo que eu construí
Logo desmoronou
Virou poema bobo
Pra falar de amor

E como num suspiro
Tão leve, doce e curto
Eu te vi indo embora
E voltei pro meu mundo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Vaidade ao pé do ouvido

Nada esperado
Tudo sentido
Muito falado
No pé do ouvido

Nada possível
Tudo encruado
Suspiro morto
Grito engasgado

Tantos olhares
Corpos em chama
Tanta vontade
posta na lama

Tudo mentira
Fica a saudade
Não permitido
É pura vaidade

sábado, 12 de janeiro de 2013

Tenho tudo

Tenho luz nos olhos
vento no sorriso
asas nos tornozelos

Tenho fé na consciência
cores na alma
música no coração

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Versos do ão


Escrevi um poema bobo
que chamava solidão
Nas paredes do meu quarto
Enxerguei escuridão

Definhando toda alma
Uma mente em confusão
E aí por uns instantes
Eu perdi toda razão

Envolta em desesperança
Cochilei, errei a mão
E no meio desse estorvo
Um buraco abriu no chão

Engasgada na tormenta
Sucumbi à maldição
sofrimento, mal causado
pela dor da ilusão

De repente, um estalo
Uma luz, uma atração
Eu lembrei que minha história
Não é uma situação

Agarrada à consciência
Explodi de emoção
Despertando do profundo
Elevei meu coração