Escrevi um poema, tinha cheiro de amor. Nas lembranças cada letra dizia respeito a uma parte de você. Escrevi ‘castanhos’ quando falava dos teus olhos e ‘doce’ quando o assunto era teu beijo. Escrevi ‘aconchego’ pensando no teu abraço e ‘especial’ quando sentia teu coração.
Escolhi um papel bonito, com textura de tinta de parede. Envelopado, agradeci ao tempo, fiz uma marca de batom cor-de-rosa e o pus na gaveta, dentro de uma caixinha-baú pequena com um fundo falso. E cada uma daquelas palavrinhas escritas ficou lá guardada; e guardou-se também o amor e aquele carinho. E assim, o que era bom foi conservado, porque daquela gaveta, sou eu e somente eu a única que tem a chave.