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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Inconstância

Esta semana recebi o convite dos meus sonhos. Fui convocada para cobrir um evento de grande porte de esportes radicias. O campeonato é, talvez, o mais foda que acontece no Brasil e tem nivel internacional. Obviamente, estar neste evento seria, para mim, um momento de realização profissional.
Minha ida ainda não está certa. Depende de uma série de fatores. Sendo que minha resposta tem que ser dada a produção em definitivo até daqui a, no máximo, duas hora.
O mais interessante é que eu, contrariando o obvio, não estou ansiosa, nervosa, tensa. E pior, estou achando que prefiro, inclusive, não ir.
Não me pergunte porque. Só posso dizer que sou intuitiva. E muito.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Separadas pela ignorância

Aquecimento Global, camada de ozônio, fenômenos meteorológicos, tsunamis, enchentes, dilúvios, ataques de tubarões. Comumente, estas palavras geram medo nas pessoas. Parece que, de repente, a natureza se voltou contra a humanidade em uma espécie de rebelião violenta.

Mas paremos para refletir. Ainda no primário, em qualquer que seja a escola, a professora de ciências explica um dos preceitos básicos da vida: a fotossíntese. É ela quem inicia a maior parte das cadeias alimentares na Terra. Basicamente, os seres humanos respiram justamente o oxigênio transmitido pelo conjunto do meio ambiente que, por sua vez, se alimenta, também, de um composto do gás carbônico que dispensamos. Considerando que este é um ensinamento primário, qualquer criança de seis anos chega a conclusão da dependência da espécie humana das demais. Assim como há também dependência das outras espécias da humana.

Mas engraçado. Contrariando a lógica, o que parece uma ignorância óbvia tem sido atitude predominante na humanidade. Não somente das iniciativas individuais, como jogar como lixo na rua ou desperdicar recursos naturais. Os valores da ganância e poder com foco no capital e no lucro tem cegado justamente aqueles que tomam as decisões fundamentais. Hoje, para se construir um Resort cinco estrelas, por exemplo, em qualquer que seja o local escolhido – que, de fato, pode gerar emprego, renda e, portanto, desenvolvimento– passa-se com tratores em cima de manguezais, mata atlântica e até espécies em extinção. Um manguezal, por exemplo, é estuário; local onde toda vida marinha busca seu alimento. Sem alimento, o ecosistema esta desequilibrado, com fome. E, obviamente, vai procurar alimento em outro lugar. Ora, mas que controvérsia. Se o turista procura o destino justamente para desfrutar das belezas naturais e contemplar sua sinestria absoluta, sendo assim, o que ele verá?

E há um perigo ainda maior nisso tudo. Todo o conjunto do meio ambiente, sejam manguezais, rios, mares, atmosfera, peixes, tubarões, baleias, micos-leões-dourados ou araras vêm sendo agredidos há anos. Mas, por ironia do criador – ou do tal big ban – cada elemento que se prejudica, algo ruim volta para você. É tão fácil. Se você não tem pena da plantinha pela plantinha, do marzinho pelo marzinho, não gosta de areia, de ver a lua, de apreciar os macaquinhos e não está nem um pouco interessado em salvar as tartarugas marinhas, então, pelo menos, salve a si mesmo. Justamente porque aquele medo dos fenômenos naturais; aquele que citamos no início do texto, parece estar mesmo fundamentado. A natureza se vinga. E é bem mais inteligente não medir forças com ela.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sinto

Melancolia. Sinto tremores nas veias e os dentes trincando.Sinto os cabelos assanhados, sinto olheiras. Sinto a boca murchando, os pelos crescedo.As pontas duplas abrindo. Os cílios caindo. O estômago reclamando. Sinto fome. Sinto sede. Sinto a saliva ácida, as bochechas gordas, as orelhas quentes.Sinto as unhas encravando, as cutículas soltando, o esmalte descascando.

Desespero. Sinto os dedos rangendo, os olhos piscando, o sangue escorrendo.O grito preso, a voz escondida, a vontade esquecida.Sinto a saudade morta. As lembranças tortas, a vida traída. Sinto o beijo guardado, o nariz gelado, a vontade viva.


Esperança. Sinto a luz ascendendo, o cheiro nascendo, os dentes crescendo, os olhares insinuando. Sinto o jeito mudando, as lagrimas escorrendo, a coragem batendo.Sinto o futuro próspero, o brio próximo, a luz ascendendo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O paradoxo entre chuva e calor

Depois de uma semaninha esculhambadamente quente de cachorra-vira-lata-dos-infernos dentro daquela redação com o ar condicionado quebrado, de derreter a maquiagem e ficar seis longos dias sempre com cara de barraca, bem que eu pensei que, após uma longa noite de caipiroscas no Lima, eu iria adorar acordar com o barulhinho da chuva na janela. E isso, de fato, aconteceu mas, somente até as 10h45 da manhã, quando eu, definitivamente, despertei do meu soninho delicioso e enxerguei a realidade.



O barulhinho da chuva era na verdade um toró inacreditável que, definitivamente, me fez ter um fim de manhã desgraçado. Como se não bastasse eu ter pouquíssimo tempo pra me arrumar, comer e chegar no trabalho, a água simplesmente invadiu o meu apartamento pelos buracos do ar-condicionado. Ô, que beleza! Lá vai eu e meu maridão – que cotidianamente acorda com um bom humor de múmia – realizar as primeiras atividades do dia: Enxugar o apartamento, retirar os móveis molhados do lugar e arrumar uma maneira de fazer a água parar de entrar, já que vamos passar o final de semana fora e, definitivamente, não seria interessante retornar ao lar alagado.




Mas a tal maneira simplesmente não apareceu, o tempo passou e ainda precisava almoçar até chegar no trabalho – outra saga que teria que enfrentar por causa da chuva. Conclusão: Colocamos umas toalhinhas no chão e seja o que deus quiser. Para melhorar a situação, a cidade do meu Recife costuma não funcionar na chuva. As pessoas não conseguem chegar ao serviço, batem o carro no caminho, são soterradas por barreiras ou se afogam por causa dos esgotos entupidos. Pelo menos, hoje, Cinthya lembrou de trazer o ventilador para a bancada. Soterrada eu não tenho certeza, mas de calor eu não morro.