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quarta-feira, 21 de maio de 2008

PE no Mundo fará divulgação com eventos temáticos

Manuella Bezerra de Melo

No próximo dia 30, o projeto “PE no Mundo - Pernambuco tem muito mais” será lançado na capital carioca. O objetivo é divulgar os atrativos do Estado para todo o País, reproduzindo as produções locais mais tradicionais. Por ano, em torno de quatro municípios receberão o evento, que terá investimento de R$ 250 mil por edição.

O projeto é uma realização do Instituto Origami, em parceria com a Secretaria de Turismo do Estado (Setur), Raio Lazer Produções e Aliança Comunicação. De acordo com Hebron Oliveira, presidente do Instituto Origami, o projeto pretende não só divulgar a cultura da região como incentivar diretamente na escolha do turista. “Queremos colaborar com o crescimento de Pernambuco e esta foi a melhor forma que encontramos”, disse.

A estréia do PE no Mundo vai transformar a Fundição Progresso, no bairro da Lapa, no Rio, em um grande arraial pernambucano. Os realizadores do evento escolheram a proximidade dos festejos juninos para montar uma cidade cenográfica que reproduz o São João de Caruaru e receber o show do cantor Alceu Valença e do forrozeiro Dominguinhos.

A estrutura do local terá direito à exposição para divulgar setores estratégicos da economia pernambucana, por meio de tendas montadas com temáticas variadas, como Praia, Interior, Cozinha, Artes, Carnaval e Desenvolvimento - com foco no potencial industrial de Pernambuco e objetivando despertar o interesse de novos investimentos e do turismo de negócios.

Em outubro, é a vez de São Paulo receber a segunda edição do evento. “É possível que, no próximo ano, levemos o projeto para Portugal, onde é comum encontrar turistas interessados em Pernambuco. Ainda não confirmamos, mas esperamos que dê certo “, finalizou Hebron Oliveira.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Comércio justo movimenta R$ 8 bi

Nos últimos quatro anos, foram criados quase oito mil projetos solidários

Manuella Bezerra de Melo e agências

De 2003 a 2007, foram criados quase oito mil Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) no Brasil, conforme os novos dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES), coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Até 2007 foram cadastrados 21.859 Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), onde participam 1.687.496 pessoas, sendo 62,6% homens e 37,4% mulheres.
O SIES revela também que o valor médio mensal dos serviços e produtos do total dos empreendimentos chega a R$ 653 milhões de reais, ou seja, são quase R$ 8 bilhões gerados por ano na Economia Solidária. Deve-se considerar que esse potencial de geração de riqueza e de melhoria de renda para os associados poderá ser ampliado com as políticas públicas de Economia Solidária que estão sendo implementadas.
Nesses quatro anos envolvidos no levantamento, uma média de 1,5 mil novos empreendimentos foram criados a cada ano. Para se ter uma idéia desse crescimento, na década de 1990, a média de criação de novos EES era de 855 por ano, segundo informações da agência de notícias do Ministério do Trabalho e Emprego.
Sendo comemorado hoje o dia do Comércio Justo, o Nordeste se destaca, pois abriga o maior número de EES, obtendo 43,5% do total dos registros. Só em Pernambuco, 1.524 novos empreendimentos foram criados, chegando até a 88 mil cidadãos beneficiados, sendo 38.525 mulheres e 50.367 homens. Em segundo lugar está o Sudeste, com 17,9%, seguida pela região Sul com 16,4%. As regiões Norte e Centro-Oeste representam 12,2% e 10,1%, respectivamente.
A Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) iniciou o mapeamento da Economia Solidária em 2005, com o cadastro de 14.954 EES, em 2.274 municípios. Em 2007, foram mapeados mais 6.905 EES, superando a meta inicial que era de mapear cinco mil novos empreendimentos. Até o momento, foram mapeados 52% dos municípios brasileiros.



Shopping promove empreendimentos

Até o próximo domingo, está sendo realizada a III FECOMSOL (Feira de Comércio Solidário), que reúne dezenas de grupos produtivos, como artesãos e pequenos empreendedores rurais e urbanos para mostrar de suas produções. O evento está sendo realizado no Paço Alfândega, no Recife Antigo, e funciona no mesmo horário do estabelecimento.
Além de divulgar o conceito de economia solidária - entendida como estratégia para enfrentar a exclusão social e a precarização do trabalho - a terceira edição da feira objetiva realizar uma exposição que possa criar um espaço favorável à comercialização de mercadorias confeccionadas por pessoas que se encontram vulneráveis ao mercado convencional.
Produtos em cerâmica, ferro, palha, material reciclado - todos vindos de projetos ligados à capacitação de mão-de-obra sustentável para populações excluídas de economias tradicionais, como indígenas, detentos, jovens em situação de risco - são confeccionados, vendidos e o lucro repassado para o produtor em forma de renda solidária. O evento é uma iniciativa da organização não governamental Aquatro - Agência de Qualificação e Trabalho - em parceria com a Ferreira Costa e o Paço Alfândega.
Segundo a Coordenadora de Comércio Solidário da Aquatro, Verônica Ribeiro, este tipo de atividade econômica tem papel fundamental para inclusão social através da capacitação. “Incentivar a economia solidária significa trabalhar a auto-estima destes produtores que, em sua maioria, não têm nem acesso aos serviços de créditos para investirem em seus negócios”.
É o caso da voluntária da Organização Não-Governamental Dignidart, Ana Maria de Freitas. A ONG trabalha com reeducandas em regime semi-aberto da Colônia Penal Feminina Bom Pastor. “A maior parte delas continua sendo provedora da sua família e poder contribuir com o orçamento significa muito para elas”, comentou. No total, 20 grupos participam da feira e 420 pessoas se beneficiam do projeto. Além da Dignidart, participam o Projeto Amba, a Tapeçaria Timbi, Casa Pró-Cidadania, Escola Livre de Olinda, Grupo Ética, Rede Solidária e Assossiape.



Segmento precisa de mais apoio

Apesar de já movimentar quase R$ 8 bilhões por ano, o Governo Federal tem liberado uma verba de R$ 40 mil para o apoio de novos grupos voltados para o comércio solidário. “Tudo faz parte de um processo de construção. Aos poucos, temos conseguido expandir a idéia e conquistar espaços”, relatou a gerente de Políticas Públicas da Superintendência Regional do Trabalho e representante da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) em Pernambuco, Vera Jatobá.
Segundo Vera, há um planejamento de criar um conselho institucional e deliberativo ligado ao Governo de Pernambuco. “O governador Eduardo Campos já nos demonstrou uma pré-disposição à idéia. Agora vamos aguardar os trâmites burocráticos”, finalizou. Entre as iniciativas locais, a Usina Catende, a 142 km do Recife, é considerada o maior empreendimento solidário do País. Ainda no mês de março deste ano, Catende teve a melhor safra dos últimos 18 anos e alcançou a produção de 1 milhão de sacas de açúcar.



FONTE : www.folhape.com.br

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A descoberta da Economia Solidária

Depois de um primeiro dia de trabalho TRAGICO na Folha de Pernambuco, da revolta tecnológica, da enrolação com tantos concursos, da falta de sentido em porcentagens, kilowats e afins, o segundo dia não é considerado uma maravilha, mas a vontade de morrer, posso dizer que foi embora.


Ontem quando cheguei à redação recebi uma pautinha sobre a FECOMSOL, uma feira de comércio solidário que está acontecendo no Paço Alfândega. Até então, o que eu sabia sobre o assunto era muito limitado, mas a editora queria de mim uma matéria mais abrangente sobre economia solidária, o que gerou uma pesquisa da minha parte.



Na feira, produtos artesanais e manufaturados confeccionados por grupos considerados vuneráveis à flutuação do mercado. Resumindo, gente fudida, excluída da sociedade, que produz coisas lindas, mas não tem o mínimo incentivo nem comercial, nem de crédito para conseguir gerar renda daquele babado.



Conclusão. Eis que fui lá eu fazer a matéria e acabei me encantando sobre o assunto. E tinha como não acontecer? Grupos ligados a iniciciação profissional de jovens em situação de risco, trabalhos pedagógicos com crianças carentes, mulheres provedoras da renda do lar.




Mas o que mais me encantou – não pelo que é produzido em si – mas pelo objetivo do trabalho, foi a ong DIGNIDART. Um projeto que incentiva a produção de manufaturados por mulheres do regime semi-aberto da colônia penal do Bom Pastor. Conversando com dona Ana, ela foi me dizendo que a maioria das mulheres do projeto estão em processo de ressocialização. Eis que fiquei eu penando: Tu fez uma cagada, caiu pra cadeia, mas tu tens filho, marido, mãe, tudo continua lá fora. Essa é a forma encontrada pra que a mulher se sinta novamente um ser humano, recuperar a dignidade e o melhor, gerar renda para ajudar a família que esta lá fora passando por dificuldades.



Pra melhorar, na pesquisa, acabei descobrindo que a economia solidária é inspirada em cooperativas revolucionárias defendidas pelos marxistas utópicos.



Conhecendo – bem pouquinho ainda – o chamado ‘Comercio Justo, percebi que há diversas formas de driblar as mazelas da sociedade. Claro que é necessário incentivo e apoio de organizações sérias. Mas, por exemplo, iniciativas como estas podem mexer no imaginário de pessoas como eu, que fui para lá por acaso trabalhar e vi tanta coisa incrível que aguçou o meu consumismo de mulher loira capitalista. Se não fosse tão lisa eu tinha levado o prensente de aniversário e dia das mães de Dona Zeza, comprado 6 sandálias para mim e vários presentes pra o filho e o maridão.



Levando em consideração que a feira é no Shopping Paço Alfândega – considerado de classe A – só posso crer que diversas dondocas freqüentadoras do local também vão ter esse sentimento, vão liberar o cartão de crédito geral e, no lugar de enriquecer a Channel, que já ta com a rabichola transbordando de real, vão mesmo sem querer colaborar para a volta da auto-estima de crianças, jovens, homens e mulheres.

A matéria completa veja na edição deste DOMINGO (11) da Folha de Pernambuco.


HOJE : O gás Subiu 11%. Veja em www.folhape.com.br

domingo, 4 de maio de 2008

Recife reúne mais de 1mil para Marcha da Maconha

Tenho que confessar. Desde quando eu era uma super-militante-fervorosa-das-causas-sociais-e-progressistas-da-humanidade (Assim mesmo, com muitos hífens), em mil oitocentos e bolinhas, eu já tinha um pouco de abuso de passeata. A pessoa fica suada, a maquiagem derrete, o pé dói, um inferno. Mas é lógico, a causa é justa e, portanto, merecedora de minha presença.



No caso de hoje, a Marcha da Maconha – estruturalmente falando – me fez reviver um pouco alguns momentos. Exceto o fato de que eu sempre dava um jeito de acompanhar a manifestação de cima do carro de som, a visão era basicamente parecida. Estudantes, jornalistas, músicos, atuantes de diversos movimentos sociais, muita gente com cara de quem não gosta muito de banho, além de alguns curiosos e da polícia de olhão aberto para o ocorrido.



Eu lá, trabalhando bem feliz, pude reconhecer inúmeros rostos conhecidos. Colegas de trabalho, de faculdade, de farra na época de solteira. Gente que hoje está ocupando lugares na sociedade, seja em empresas privadas ou órgãos públicos. Gente que estava ali para defender a Legalização da Maconha – Ato de muita coragem para uma sociedade de tantos tabus e preconceitos.
A Marcha da Maconha foi criada em 1999, em Nova Iorque. Desde então, um movimento disposto a discutir o assunto tem se organizado nos principais estados do País.



Este ano, a marcha foi organizada em doze estados da federação, sendo que até a concentração do ato, sabia-se apenas que todas haviam sido suspensas por liminares de Ministérios Públicos Estaduais e duas delas estavam na eminência de suspensão. O fato é que Pernambuco foi o único estado onde nem Mistério Público, nem governos estaduais e municipais, nem Polícia Federal, nem igreja, simplesmente NINGUÉM meteu o bedelho no babado.



Pode ser por motivos óbvios para o Advogado Criminalista e apoiador da marcha, Joel Câmara. “Pernambuco é um estado com tradição nas lutas libertárias. Não é possível que, vivendo num estado democrático, tivéssemos que passar por repressões contra a liberdade de expressão em pleno século XXI”, disse.



Ou pode ser pelos motivos relatados pelo Cabo Algoz, chefe da operação de segurança da Polícia Militar, mas que declarou enquanto cidadão. “O Estado gasta milhões de orçamento para repressão ao narcotráfico e permite uma esculhambação destas. Nosso trabalho fica desmoralizado”.



As reais causas da total abstenção do poder público em relação à marcha - Que, bem ou mal, defendia a legalização de um produto que, pela legislação brasileira, é considerado entorpecente, portanto, ilícito – não se sabe. Mas, de maneira organizada, apenas quem era a favor se manifestou.



Marcílio Cavalcanti, Fundador do Se Liga – Associação dos Usuários de Álcool e Outras Drogas do Estado de Pernambuco, entidade relacionada à atuação na área de redução de danos – disse que uma comissão de controle foi criada pela organização para ficar de olho nos participantes mais desinformados. “A maconha ainda é contra a lei e estamos, desde o início, deixando todos informados que não se pode acender cigarros no percurso”.



Dos muitos argumentos, ouvi inclusive que o próprio tráfico era contra a legalização. Faz sentido, levando em consideração que isso iria interferir para a regularização da comercialização. Mas as entidades fizeram questão de colocar em pauta assuntos como impostos, uso medicinal, utilização da fibra da canabis sativa na indústria têxtil, além de uma discursão ainda mais recente: a utilização da semente como bio combustível e óleo vegetal.



Com tanto assunto para se debater, no mínimo dos mínimos, a marcha serviu para iniciar a discursão. Se vai proibir, se vai liberal, se vai acentuar a descriminalização – já em vigência, isso é só o tempo e a construção das idéias quem vai dizer.



A concentração da Marcha iniciou às 14h, na Rua do Apolo – Recife Antigo. Os participantes só saíram em passeata às 16h carregando faixas. Cerca de 220 atos foram organizados mundialmente em centenas de cidades. No Recife, mais de 1mil pessoas marcaram presença e nenhuma ocorrência foi registrada. Em Curitiba, seis pessoas foram detidas. Em Salvador foram oito prisões.
Decidi não falar aqui de títulos, currículos, experiência ou qualquer destas leseiras. Eu sou jornalista, acredite e queira ou não a sua pessoa. E jornalista não é só um escrevedor de Lead. "Não sei o que aconteceu ontem não sei de que jeito e foi realizado por não sei quem" qualquer macaco bem treinado pode fazer.
Sempre quis escrever artigos. Como trabalhar em um veículo de comunicação e ter liberdade para exercer a criatividade são coisas inversamente proporcionais, tomei a iniciativa de apanhar para fazer este blog.

Já o tatu, escolhi porque recentemente descobri que é um animal de hábitos bem femininos.

"Solitário, costuma escavar túneis para se esconder e reutilizar suas tocas. Possui hábitos diurnos e crepusculares, e ocasionalmente tem atividade durante a noite. Alimenta-se de uma ampla variedade de itens, incluindo muito material vegetal como raízes e frutos, e também insetos como formigas, pequenos vertebrados e, em algumas ocasiões, até carniça. Tem a visão relativamente pouco desenvolvida, mas possui um bom olfato que é utilizado para procurar seu alimento.O tatu-peba pode morder para se defender"

Como estes hábitos circundam minha realidade, é impossível não oferecer este olhar nos meus textos. Se é que você me entende!

No mais, não mais.