"Mas sei que não podemos ficar aqui pra sempre.Então vou escrever minhas palavras na face do hoje,e eles irão pintá-las..."
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Poeminha Bobo II
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Sagrada saudade
Nesse mundo coisa mais bonita não tem do que o sagrado direito de sentir saudade. Essa danada, veja mesmo, a gente só sente porque foi bom; e faz falta. A saudade vem da lembrança. Não importa se de toda uma longa história de amor, dessas que duram anos e que a gente chega a pensar em algum momento – ou em quase todos – que nunca vai ter fim; ou de uma noite apenas, não faz muita diferença. A saudade vem quando o corpo, alma e coração; todos juntos batem em tremedeira, se descabelam e se esgoelam, tudo isso pra te avisar do tanto que era pra prestar atenção naquele momento, sólido, forte, sincero, especial.
E aí o bendito olho faz o favor de decorar tudo. A gente decora a voz, a posição de cada dente, as dimensões do nariz e até mesmo aqueles fiozinhos rebeldes da sobrancelha. Memoriza o cheiro - todos eles -, e até a sensação da pele quando o calo do dedo anelar segurava na tua mão. E de tanta falta que sente, lembra com carinho da pele áspera dos braços, do calor dos abraços, dos decibéis dos sorrisos sob os lençóis e até mesmo dos sujos dentes vez em quando.
Mas não se recuse, abrace as lembranças. Sinta falta, sinta muita. Saudade sublima a alma, purifica os sentimentos e faz reinar apenas aquilo que diz respeito ao reino. Olhar pra ela com bons olhos faz a gente não permitir que o que foi bom seja ruim, porque não foi. Saudade é aquilo que há de mais nobre no amor. É o que restou de puro, o carinho que ficou.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Volátil
Mas olhe, bonito. Tão bom foi que nem raiva me apetece. Foste um merda, confesso. Bom de hora em hora e nem sempre, quase nunca. Mas veja bem, disso o amor não vive. E boniteza é muito pouco. Linda mesmo fui eu, ora essa, que lancei olho, boca e ouvido. E atravessei rio todo, sozinha. Rindo feito besta somente de tantas besteiras. Pra perceber, depois – e bem depois – que morre toda hora dois dedos, ou até mesmo cinquenta centavos, dessa superficialidade toda. E no meio do caos, tão bonito que dá aperto e nó, a gente vê que vivia, lindamente vivia, olha atenta de um lado pro outro pra sentir mesmo foi que nada, nada mesmo mudou. Fosse como um ou dois raios na testa, mas destes pequenos, meio voláteis, mas miudinhos que chega da dó. Aí o olho abre, a boca junto, os dentes cerram todos e o bocejo de hoje é o mesmo, exatamente do mesmo jeito que foi ontem, e incrivelmente igual aquele que tu ainda nem deu, aquele de amanhã.
Desate
Desco da corda, caio do salto, me equilibro
Sustento fígado com sorrisos e espinha ereta
Alimento a alma com tagarelices, sal e sol
E vou passo a passo, solto pernas e cabelos
Ergo braços e espírito, sinto vento e areia na cara
Sonhando alto,mas bem alto, pra todo mundo ouvir
Aí então eu sigo, devagarinho, sem pressa
sentindo os abraços – e os grandes braços - dos amores
Amando as virtudes dos meus presentes, ignorando defeitos
Desfazendo nó por nó, daqueles cegos que a vida ata