Páginas

domingo, 30 de setembro de 2012

O hoje


Litero cores e sabores
Por onde ando, apago as dores
Semeio o tempo como mágica
Planto sorrisos como flores

Intenso e denso, farejo brilhos
À pele seca, textura e brio
Aguardo, aplaudo e sinto o hoje
De sonho em sonho, cultivo amores.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Contradição do amor que acabou


Das contradições, de todas elas, a maior é o amor. Não se sabe se se ama, ou se muito, ou se pouco. Não se sabe sua direção, nem como fazê-lo ao certo. Não se sabe sua cor, não se sabe - sequer - se, de fato, é amor.

Eu te amo e você me ama; eu te amo mas não sinto mais tesão. Te amo mas parei de arder, te amo mas você me faz mal. Eu te amo mas não funcionamos, te amo mas você nunca leu Marx; e tampouco gosta do Bob Marley. Eu te amo mas você não me entende, te amo mas você me maltrata, te amo mas você me machuca.

Eu te amo, mas você não me ama.

Eu não te amo mais.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Dia denso, perda oculta


Dia denso. Tenho um peito rasgado e uma alma incapaz. Sofrendo por tentar; mas sucumbindo em desistir, choro lágrimas internas e exorcizo sorrisos de dentes vazios e podres – e gengivas emocionalmente inflamadas e sangrando – a fim que ninguém perceba a densidade relativa com alta volatilidade e poder reativo. 

Não provoquem hoje o meu coração. Ele está em processo de perda oculta, dessas que não podem ser reveladas. E que a gente precisa fingir que não tem absolutamente nada sendo perdido.