Nas veias, uma espécie de veneno
Tenho sede de rasgar a alma
Montar e dilacerar sonhos
Só pra sentir tudo de uma vez
E reconstruir costuras depois
Não gosto de vogais, nem de artigos
Não aceito cautelas, medições e cagaços
Detesto voz mansa, mão frouxa e reticências
Não tenho medo do escuro, nem do oculto
Também não me amedronta o declarado
Simplesmente não tenho medo
Debruço meu corpo no precipício
Olho e sinto, céu, chão e horizonte
E certa que caída ou arremessada
Tudo que surge em mim são asas.