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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pior seria

Enquanto ela saia de casa, com os olhos atordoados e a cabeça ainda mais, deixou cair a chave. Sem ela, nenhuma porta será aberta, nenhum caminho liberado. saiu andando, louca, passos de elefante, bem à mostra do peso que lhe cabia - e também da dor. Os sapatos choravam junto. Cada metro, uma ferida, cada quilômetro, uma marca. E de tão cansada, sentou. baixou a cabeça como ema, esticou a coluna e suspirou. Três vezes. Alto. Quase uivos. E nem sabia, ainda. Nem sabia que pior seria. Pior seria.

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