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segunda-feira, 30 de julho de 2012

O desejo da insanidade autorizada


As vezes eu queria ser mais confusa.  Até tento, mas por raro, consigo. Sofro uns instantes, me estabilizo e passo à frente. Sinto o sentimento, ardo, tremulo; então expulso, grito, exorcizo, racionalizo e volto ao eixo. Por isso que, vez por outra, era mesmo melhor ser mais confusa.
Justificaria os erros na minha loucura, adormecia as dores com pílulas, fraquejaria e dormiria por dias e dias. Sancionava perdão aos equívocos e decretaria estado luto interior - e exterior também, porque não? Fora do eixo denominar-me-ia. E seguiria, ou não. Agarrada nas pedras de fundos poços, e sem procurar pelas cordas de volta, atestando a tão sonhada loucura, aquela insanidade autorizada que tanto gostaria de possuir.

Um comentário:

Guilherme disse...

"Sancionava perdão aos equívocos e decretaria estado luto interior..."

Bandeira à meio pau. Ou seriam pálpebras a meio olho?

Mto bom.