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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sagrada saudade

Nesse mundo coisa mais bonita não tem do que o sagrado direito de sentir saudade. Essa danada, veja mesmo, a gente só sente porque foi bom; e faz falta. A saudade vem da lembrança. Não importa se de toda uma longa história de amor, dessas que duram anos e que a gente chega a pensar em algum momento – ou em quase todos – que nunca vai ter fim; ou de uma noite apenas, não faz muita diferença. A saudade vem quando o corpo, alma e coração; todos juntos batem em tremedeira, se descabelam e se esgoelam, tudo isso pra te avisar do tanto que era pra prestar atenção naquele momento, sólido, forte, sincero, especial.

E aí o bendito olho faz o favor de decorar tudo. A gente decora a voz, a posição de cada dente, as dimensões do nariz e até mesmo aqueles fiozinhos rebeldes da sobrancelha. Memoriza o cheiro - todos eles -, e até a sensação da pele quando o calo do dedo anelar segurava na tua mão. E de tanta falta que sente, lembra com carinho da pele áspera dos braços, do calor dos abraços, dos decibéis dos sorrisos sob os lençóis e até mesmo dos sujos dentes vez em quando.

Mas não se recuse, abrace as lembranças. Sinta falta, sinta muita. Saudade sublima a alma, purifica os sentimentos e faz reinar apenas aquilo que diz respeito ao reino. Olhar pra ela com bons olhos faz a gente não permitir que o que foi bom seja ruim, porque não foi. Saudade é aquilo que há de mais nobre no amor. É o que restou de puro, o carinho que ficou.

2 comentários:

Dani Freitas disse...

A saudade não tem pena,
Não tem dó nem compaixão,
Não perdoa só condena,
A saudade é uma prisão.
A saudade é uma praga
Que o rosto não disfarça.
Passam dores, passam mágoas,
Mas a saudade não passa.

Saudade hoje eu posso dizer o que é dor de verdade!!!!

Kanimambo disse...

muito muito muito bonito:)