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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Com Joelle - Madaleine Fragmentos

Fazia sol naquela manhã, mas havia algumas nuvens no céu. A boa brisa que atravessava e balançava aquelas cortinas brancas de fino tecido refrescava seu rosto alvo enquanto espreguiçava na cama tomando forças para acordar. Madaleine tinha a pele fina, destas que marcam com qualquer toque. Nasceu em 1970, em Paris, data significativa para os que sempre precisaram de uma boa desculpa para ficar nu. Cresceu em um trailer itinerante vendo seus pais sem roupa. À beira de seus 32 anos, não conseguiu se acostumar aos panos, ainda que leves, e quase nunca utilizava de vestimentas dentro de casa. Morava só em um pequeno apartamento de um vão situado bem próximo a Place de La Concorde, uma transversal da Champs-Élysées.

Era sábado, ela levantara contente por não precisar sair às pressas para ir ao café. Todo dia precisara servir e servir com mil sorrisos que nem sempre gostaria de distribuir. Enquanto passava um expresso e apreciava aquele odor do pó diluindo em água quente, devorava com os dedos um pote de chocolate com avelã, primeiro um, depois o outro, e lambia um a um.

Ele se chamava Joelle. Era alto, com uma barba mal feita, magro e com os dentes um pouco mal tratados. Estavam juntos há três anos. Todo o dia à noite, ao sair do trabalho, passara no apartamento de Madaleine. Era assim desde o início. Às 19h ele entrava com sua própria chave. Apressava-se sempre para possuí-la, sem muita atenção aos desejos dela.

A princípio, ela fingia gostar. Mas há pouco, havera decidido não mais esconder. Ele continuara a ignorar. Em seguida, bebia uma garrafa de cerveja em um só gole e ia embora, deixando os rastros do seu sapato na sala enquanto ela, sozinha, terminara o serviço mal acabado

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