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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Efêmero

Vitrine dos meus olhos, nem posso olhar para o céu.
A claridade reluz na minha vista e incandeia meu coração.
Nunca senti tanta dor. Ora, imagine um dia se perder do seu céu.
Quando a gente não tem céu, o que existe pra cima?
Um grande vazio infinito na escuridão do nada.
Tento me guiar com a cabeça baixa, olhando traços de caminho pelo chão.
A cada dois minutos sinto um cheiro no meu nariz. Farejo.
Daquele hálito, da respiração noturna seguida do ronco alto.
E se tenho um aconchego, logo me posiciono.
Curvada, espero teus braços que nunca chegam
E nunca mais vão chegar
Unilateral, espero . Tudo só leva a você.
Espero passar o tempo, espero passar a dor.
Espero passar tanto tormento. Amor.
Vieste avassalando, atropelando
Mas efêmero
Era de se esperar, mas não esperei
Não soubestes regar
Muito menos cultivar
Nem esperar, cativar
Soubestes apenas invadir, ocupar
Efêmero, me deste luz e depois me tiraste
Pra depois seguir sozinho
Seco, frio como gelo
Como se nunca nada haverá acontecido
Seja efêmero, mas por favor, não comigo.

Um comentário:

Carol disse...

Que lindo, galega. Lindo, mas triste. Só de ler senti um tiquinho desse aperto no peito.
O céu tá lá! Abre os olhos e olha pra cima!
Beijo pra ti.