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terça-feira, 19 de março de 2013

Queria tê-la escrito


Não consegui reconhecer a escrita, 
quem seria o responsável por ela?
Às vezes a sentia clássica, Shakespeariana,
Romântica como a Julieta, ou forte como a Elizabeth
Outras a santa desiludida, como a Fátima do Renato
Do Mário acho que não, de Amélia não vi muita coisa 
E nem de sua substituta
Chegava perto, talvez, daquela do Poetinha 
com “Qualquer coisa além de beleza, qualquer coisa de triste...
Qualquer coisa que sente saudades... Um molejo de amor machucado...”

Mas o que de certo sentia é que 
era bem descrita em cada palavra,
Cada sensação, Cada curva
Como as do Chico, mas com um algo mais,
As vezes explicito, outras escondido 
num olhar que mais parecia o Nelson.

Mas também tem o sorriso largo de foto de capa
Legendado com a alegria indiscreta de quem se descreve,
A perfeição de quem se escreve num perfeito romance
Protagonista de si mesmo, às vezes penso que ela se escreve...

E no final não descobri o autor,
Não conheci sua musa,
Só descobri o desejo, que grita dentro de mim
“Queria tê-la escrito...”

Clarence Santos

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