Os dias são de angustia. Esfrego com força as mãos por cima da pele do rosto, movimentos desconexos vão arrancando a tensão travestida de óleo enquanto três ou quatro rinocerontes sambam no meu estômago com pesadas patas remetendo algo próximo de uma retroescavadeira industrial. Chorar já nem adianta. Expulso parte dos males em forma de vômito e, por vezes, verbos mal ditos e palavras mal tracejadas pra ninguém ler.
O que era cansaço transformou-se numa estafa absoluta. Prostrada e sem força, arrasto sílabas que nem respiram, à base de doses cavalares de aerolin na tentativa de ventilar as entrelinhas trazidas por um cérebro totalmente transtornado de tristeza. Semelhante a um zumbi, piloto minha vida no automático, dando passo a passo na espera que um empurrão desvie meus pés e um tropeço me empurre para o caminho que devo seguir para encontrar um sorriso que seja. Enquanto isso, mantenho os olhos abertos e os ombros eretos, engulo seco e invisto na postura dura, transformando a rotina em um martirioso jogo de faz de conta que sou feliz.
9 comentários:
Diminuir a exigência ajuda, sabe? Às vezes queremos alcançar as estrelas e não olhamos para onde os pés pisam. A felicidade mora nas pequenas coisas, em saber aceitar o que a vida oferece. Cada coisa no seu tempo.
*P.S: angústia. Faltou o acento no u.
Bj, anônimo revisor
Revisor, a verdade é contrária.Mas brinco com meus momentos adicionados à minha hipérbole pra escrever :)
Como contrária? Falei besteira?
Quis dizer que mantenho o equilibrio por quase todo sempre, usando um apertinho no coraçao aqui outro alí enquanto inspiração. Ei, to começando a ficar curiosa. Eu te conheço?
Não conhece ainda não. Mas confesso que fico com ciúme quando você fica relembrante do moço com cheiro de talco johnson's.
Fique não que já passou faz tempo :)Hahahahaha ANônimo ciumento, além de revisor. En en :P
Epa! Esse anônimo daí de cima não sou eu, o anônimo revisor!
É muito anonimato, meu Deus ahahahhaha
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