Tonturas, anseios, saudade. A erupção de sentires me confunde, tanta poesia que tem no teu olho. Tenho acordado todo dia só pra esperar a noite. Faço a fé, construo as palavras, evoco os demônios, cultuo anjos.
Aguardo os milésimos de cada segundo contando e cantando a sorte, festejando a vida – seus últimos dias e quisera eu, também os próximos. Gargalho para a tarde, me salgo no crepúsculo e me enxaguo na escuridão, aquela onde há somente a memória da luz verde brilhante que orienta o caminho de um sorriso tolo e vago; porém verdadeiramente sentido e mitigado.
Vivo esse gozo, me interno no momento. Ignoro a dialética e desprezo o maniqueísmo. Deito. Encaixo todo corpo e atravesso as coxas, enrosco nos teus, meus dedos. Deleito,delicio. Cerro os olhos e me esbaldo, sem pudores, receios, sonhos ou ilusões. Espero dele somente o agora, ainda que deseje o amanhã e todos os outros prosperes desse cheiro doce que exala quando afago a branca pele e roço a loira barba no meu rosto. Acredito nos instintos, aposto em mim.
E oro. Ajoelho e peço para que esse bendito agora dure.Extenso, largo, intenso e próspero. Enquanto todo esse enorme sempre for.
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