"Mas sei que não podemos ficar aqui pra sempre.Então vou escrever minhas palavras na face do hoje,e eles irão pintá-las..."
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Semente de verdade
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Samba e liberdade
Carne que arde
e rasga, e sangra
Peito que abre
afaga, e ama.
Odor de brisa
areja o vento
Lua que sobe
alonga o tempo
Pisa na areia
com vontade
Abre teus olhos
pra verdade
Samba no mundo
E sapateia
Que liberdade
dá na veia.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Em luz
Sorri e cochilei
Engoli o sol
Depois que acordei
Hoje meu coração
vai explodir em luz
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Linha, agulha e asas
terça-feira, 20 de novembro de 2012
O Conto da menina negra
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domingo, 4 de novembro de 2012
Desanônima
Sorrio com as ventas e sigo
Digo o que há pra ser dito
E o não dito,não há a dizer
Mas não permito omissão
Não entendo indiferença
E me incomodo com o vulgar
Caminho como o ar e o sopro
valorizando força e leveza
E mostrando tudo em mim
Por entre letras,sons e rugas
E quem me olha
E enxerga anônima
É porque a mim,
Nunca viu.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Despeito
domingo, 30 de setembro de 2012
O hoje
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Contradição do amor que acabou
Das contradições, de todas elas, a maior é o amor. Não se sabe se se ama, ou se muito, ou se pouco. Não se sabe sua direção, nem como fazê-lo ao certo. Não se sabe sua cor, não se sabe - sequer - se, de fato, é amor.
Eu te amo e você me ama; eu te amo mas não sinto mais tesão. Te amo mas parei de arder, te amo mas você me faz mal. Eu te amo mas não funcionamos, te amo mas você nunca leu Marx; e tampouco gosta do Bob Marley. Eu te amo mas você não me entende, te amo mas você me maltrata, te amo mas você me machuca.
Eu te amo, mas você não me ama.
Eu não te amo mais.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Dia denso, perda oculta
segunda-feira, 30 de julho de 2012
O desejo da insanidade autorizada
De passado,presente e futuro
terça-feira, 24 de julho de 2012
Marejos
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Palavras e piruetas
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Reaninho
Refazendo minha vida,
domingo, 20 de maio de 2012
Um pouco mais de Centralismo Democrático
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Poeminha Bobo II
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Sagrada saudade
Nesse mundo coisa mais bonita não tem do que o sagrado direito de sentir saudade. Essa danada, veja mesmo, a gente só sente porque foi bom; e faz falta. A saudade vem da lembrança. Não importa se de toda uma longa história de amor, dessas que duram anos e que a gente chega a pensar em algum momento – ou em quase todos – que nunca vai ter fim; ou de uma noite apenas, não faz muita diferença. A saudade vem quando o corpo, alma e coração; todos juntos batem em tremedeira, se descabelam e se esgoelam, tudo isso pra te avisar do tanto que era pra prestar atenção naquele momento, sólido, forte, sincero, especial.
E aí o bendito olho faz o favor de decorar tudo. A gente decora a voz, a posição de cada dente, as dimensões do nariz e até mesmo aqueles fiozinhos rebeldes da sobrancelha. Memoriza o cheiro - todos eles -, e até a sensação da pele quando o calo do dedo anelar segurava na tua mão. E de tanta falta que sente, lembra com carinho da pele áspera dos braços, do calor dos abraços, dos decibéis dos sorrisos sob os lençóis e até mesmo dos sujos dentes vez em quando.
Mas não se recuse, abrace as lembranças. Sinta falta, sinta muita. Saudade sublima a alma, purifica os sentimentos e faz reinar apenas aquilo que diz respeito ao reino. Olhar pra ela com bons olhos faz a gente não permitir que o que foi bom seja ruim, porque não foi. Saudade é aquilo que há de mais nobre no amor. É o que restou de puro, o carinho que ficou.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Volátil
Mas olhe, bonito. Tão bom foi que nem raiva me apetece. Foste um merda, confesso. Bom de hora em hora e nem sempre, quase nunca. Mas veja bem, disso o amor não vive. E boniteza é muito pouco. Linda mesmo fui eu, ora essa, que lancei olho, boca e ouvido. E atravessei rio todo, sozinha. Rindo feito besta somente de tantas besteiras. Pra perceber, depois – e bem depois – que morre toda hora dois dedos, ou até mesmo cinquenta centavos, dessa superficialidade toda. E no meio do caos, tão bonito que dá aperto e nó, a gente vê que vivia, lindamente vivia, olha atenta de um lado pro outro pra sentir mesmo foi que nada, nada mesmo mudou. Fosse como um ou dois raios na testa, mas destes pequenos, meio voláteis, mas miudinhos que chega da dó. Aí o olho abre, a boca junto, os dentes cerram todos e o bocejo de hoje é o mesmo, exatamente do mesmo jeito que foi ontem, e incrivelmente igual aquele que tu ainda nem deu, aquele de amanhã.
Desate
Desco da corda, caio do salto, me equilibro
Sustento fígado com sorrisos e espinha ereta
Alimento a alma com tagarelices, sal e sol
E vou passo a passo, solto pernas e cabelos
Ergo braços e espírito, sinto vento e areia na cara
Sonhando alto,mas bem alto, pra todo mundo ouvir
Aí então eu sigo, devagarinho, sem pressa
sentindo os abraços – e os grandes braços - dos amores
Amando as virtudes dos meus presentes, ignorando defeitos
Desfazendo nó por nó, daqueles cegos que a vida ata
quinta-feira, 29 de março de 2012
Faz de conta
Os dias são de angustia. Esfrego com força as mãos por cima da pele do rosto, movimentos desconexos vão arrancando a tensão travestida de óleo enquanto três ou quatro rinocerontes sambam no meu estômago com pesadas patas remetendo algo próximo de uma retroescavadeira industrial. Chorar já nem adianta. Expulso parte dos males em forma de vômito e, por vezes, verbos mal ditos e palavras mal tracejadas pra ninguém ler.
O que era cansaço transformou-se numa estafa absoluta. Prostrada e sem força, arrasto sílabas que nem respiram, à base de doses cavalares de aerolin na tentativa de ventilar as entrelinhas trazidas por um cérebro totalmente transtornado de tristeza. Semelhante a um zumbi, piloto minha vida no automático, dando passo a passo na espera que um empurrão desvie meus pés e um tropeço me empurre para o caminho que devo seguir para encontrar um sorriso que seja. Enquanto isso, mantenho os olhos abertos e os ombros eretos, engulo seco e invisto na postura dura, transformando a rotina em um martirioso jogo de faz de conta que sou feliz.