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Quando eu era pequenininha, eu vi uma menina dançando. Ela
tinha alguma coisa especial na cintura. Devia ser algum osso a menos, fazia ela
se mexer como a flexibilidade do vento. Ela era linda, os lábios grandes, os
cabelos tinham tranças; o sorriso era enorme. Tinha um quê de sofrer lá no
fundo do olho, e curioso como isso a deixava mais grandiosa; com a espinha comprida
e ereta.
Era a menina negra de saia rodada de flor, dos olhos de luz e de dor; aquela que me ensinou a mexer as juntas com o calor do meu coração, a sorrir
com todos os dentes da boca. E que me ensinou que ser da maneira que se é, é a
grande valiosidade de estar vivo.
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