Páginas

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Dia sim, dia não

Eu sorrio e choro. Dou e arranco lágrimas.

E dia sim, dia não, abro risadas da minha desgraça

Acordo sem medo, de peito aberto, aguerrida

Sigo pra luta olhando nos olhos de quem me rodeia

Despejo gargalhadas e vomito as emoções

Apresento-me pro mundo como quem

Se afunda numa lata de estrume

Assumindo todos os bônus e ônus que isso acarreta

E dia sim, dia não, prósto-me no sofá cor-de-telha

Bem nas ventas da janela,

tomando vento e tecido de cortina nas fuças

E buscando o amor das almofadas coloridas

E aí então eu me inquieto, visto branco, me pinto

Sigo pra o mundo em busca de amortecer a dor

Derramo sangue pelas canelas em ritmo de música

Sentindo, com prazer, gota a gota escorrendo pelas pernas

Abraço o universo, aprecio os primeiros raios do sol

como quem está certo que pode protegê-lo

Mas dia sim, dia não, fraquejo, estremeço

Sinto medo, pavor e nojo. E me recolho, dobro os joelhos

Me curvo, choro, oro e peço amor

E dia sim, dia não, reencarno

Morrendo na noite anterior

E ressuscitando na manhã seguinte.

3 comentários:

millous disse...

Talento!!!
bjão
Millous

Carol disse...

Dia sim, outro também, tu arrasa! Adorei o texto, galega! Sentimento puro, lindo! Beijo

Anônimo disse...

Dia sim, admiro. Dia hoje. Dia de conhecer este blog. Nos outros dias sins, os de antes, já havia me encantado pelos traços, do rosto, corpo e palavras. Por enquanto, não existe dia não.

Ass: Dia D.