Nunca fui uma mocinha
Meu joelho conta histórias
que não são de princesinha
Tropecei, caí no chão
Me trepei num pé de coco
Troquei tapa com moleques
Já levei até um soco
Nunca tive paciência
Para pentear boneca
Meu negócio sempre foi
Pular e jogar peteca
Cada carreira que eu dava
Me joguei nas aventuras
Me ralei no corpo inteiro
se não gosta de feridas
nem olhe o meu cotovelo
Dei umas risadas altas
Cada carreira que eu dava
Me rendia uma pereba
O zamboque do meu dedo
Poucas vezes dava trégua
Só bem depois que eu cresci
Aprendi a passar batom
Mesmo hoje, ainda assim
Nunca acertei o tom
Me joguei nas aventuras
Me ralei no corpo inteiro
se não gosta de feridas
nem olhe o meu cotovelo
Dei umas risadas altas
Consertei encanamento
E, pra mim, matar barata
Nunca foi nenhum tormento
Quem me olha acha estranho
Mas eu sou feliz assim
sem talento pra frescura
Ontem, hoje e até o fim
E se você aí se importa
em ver minhas cicatrizes
essas são as mais rasas
de todas as marcas que tive
E se você aí se importa
em ver minhas cicatrizes
essas são as mais rasas
de todas as marcas que tive
3 comentários:
Que lindooooooo!
Rasas. Com "S". ;)
*P.s: tu publicaste os ultimos textos com príncipe do sol.
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