Ora essa, minha gente.
Poema não precisa falar de amor
Poema precisa ter cheiro, odor
Tem que falar do que se sente
Botar pra fora, exorcizar
Aquilo que ta na mente
É tipo uma sessão de espiritismo
De candomblé ou exorcismo
É o santo, a inspiração
Que samba palavras com sabor
Dá pra botar poesia em tudo
Em tudo que se vê e se vive
Tem poesia no pé de jasmim
Tem poesia no vizinho emburrado
No menino que vende jaca no sinal
E até naquela placa de aluga-se
Da casa com jardim bonito
Bem na rota do seu ônibus
Ora essa, minha gente
Poema não precisa falar de amor
Nem de dor
Também não tem que ter
Forma
Rima
Cor
O Poema é o ritmo que se dá prá vida
O poema é a própria vida
Que a gente se arremessa,
Arrisca
E versa
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