Faltam-me os dizeres, esqueço os aliteres. Como expresso com
letrinhas bobas e versos frouxos essa sensação horrorosa de um estômago vazio,
que já nem vê mais borboletas desde o nascimento do último pterodátilo? E como
explico que daqui mesmo de onde estou, eu bem que consigo ouvir a zoada
estrondosa de meus próprios dentes partindo unhas uma a uma, como fossem – as
danadas – umas trincheiras dessas de filme de guerra que a gente só viu na tela
daquele cinema velhinho do centro da cidade. Uma vez, eu me lembro, eu senti um
suspiro descritível. Dessas sensações tão boas, e intensas, que óbvias; que
geram poemas , musas e musos, e músicas bonitas que levam muitas pessoas à
cantarolarem entusiastas em volta da fogueira. Teve tudo. Suadeira na mão, até.
E paixão alargada que nem sete dúzias de soldados com armaduras podiam
desmantelar. Mas aí então tudo foi-se embora, vão e intenso como chegou. E
ficou esse nada sentir; grão seco, sem água nem terra, sem gerar dor, amor, nem
sabor. Semente sem flor.
Um comentário:
Vi no teu twitter, que de vez em quando leio. Como não tenho conta lá, tô comentando aqui. Porque você tem preconceito astrológico com piscianos e geminianos, hein manu?! E porque ama tanto os virginianos?! Achei engraçado! rs Beijo
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