Sabe, queria ser dessas que escrevem assim. Escrevem com amor. Eu até que, uma vez – ou outra perdida – discorro palavrinhas. Decentes, até. Mas não são poemas, nem músicas, nem canções. Nem nada que fique, que transforme, nada que seja importante, ou que transtorne. Boto pra fora somente um pensamento, destes que são tão bobinhos que a gente nem tem pra quem dizer.
Sempre quis escrever sobre um monte de coisas que nunca escrevi. Declarei amores que não sensibilizou nenhum compositor. Chorei lágrimas que nunca viraram filme de holywood, e quem dirá novela das oito. Me apaixonei loucamente, mas nada shakespeariano, nem digno de um Romeu e Julieta.
Nada que eu escrevi saiu daquele extenso contexto espaço-tempo que somente o meu eu tem acesso. Talvez, e talvez muito com certeza, eu nunca haja aliterado nada suficiente. A minha insuficiência em elaborar não é exatamente a insuficiência em arder, mas em explicar como produzi o fogo. Pouco vocábulo para transcrever? O que é o meu socorro. Não que eu não sinta. Não! Sinto de amor e de dor o tanto capaz de rasgar entranhas, carne. Mas não consigo relatar. O irrelatável.
Um comentário:
Só quero dizer que tu relatou.
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